"Trás amanhã e trás amanhã de novo,
Vai, a pequenos passos, dia a dia,
Até a ultima silaba do tempo;
Inscrito.E todos esses novos ontens
Têm alumiado aos tontos que nós somos
Nosso caminho para o pó da morte.
Breve candeia, apaga-te! Que a vida
É uma sombra ambulante; um pobre ator
Que gesticula em cena uma hora ou duas,
Depois não se ouve mais; um conto cheio
De bulha e fúria, dito por um louco,
Significando nada." (ato V, cena V)
Eu sei que deveria admirar mais o meu pais. Mas suas rotinas absurdas já estão o deixando... como eu posso dizer, igual a todos os outros países.
Acredito que o que faz um Estado, uma nação é o seu povo. Só que este povo tem que ter a sua personalidade, tanto no mero ato de se vestir até no grande ato do pensar. Ah! Mas nos Estados Unidos (pode escolher outra nação imperialista se quiser) tudo é diferente, tudo é melhor. Pois fiquem sabendo que estão enganados, nem preciso citar os motivos do engano, reflitam um pouco. Não podemos nos tornar máquinas copiadoras.
Mas hoje eu não vim falar de política, de Estado, de ideologias, apesar dessa minha introdução.

Então, em uma das minhas andanças por Florianópolis, entrei em uma livraria. Passei direto pelo o que eu chamo de literatura das massas e fui buscar o diferente.
Encontrei um livro, de belíssima capa e mais belo ainda de conteúdo: " Um romance russo", de Emmanuel Carrère, um francês, formando no Instituto de Estudos Políticos (Institute d' Études Politiques). Além de escritor, é roteirista e diretor de cinema. Já fiquei extasiada.
Na narrativa, Emmanuel constrói uma autobiográfia que foge dos padrões tradicionais da literatura contemporânea, revelando seus enganos, suas crises de ciúme, seus fantasmas familiares.
Ao contar três histórias em paralelo - um caso de amor que o levará à beira do abismo, uma viagem à Rússia para filmar um documentário cada vez mais intrincado e uma pesquisa acerca do passado nebuloso do avô, colaborador dos alemães na Segunda Guerra - o autor compõe um relato universal sobre o amor e a perda. Um romance russo é uma obra de impacto, de um dos escritores mais originais de sua geração, o que está sendo cada vez mais raro. Uma expressão precisa do que o homem pode dizer de si mesmo.
" Eu queria merecê-la, ainda que saiba ser tarde demais. Eu queria escrever, na ausência e na saudade, um livro contando nossa história, nosso amor, a loucura que se apoderou de nós neste verão, e que esse livro a fizesse voltar."
As vezes, sem saber, você acha o que se precisa no momento certo da sua vida.
Interpretem como quiserem.
Marcadores: Emmanuel Carrère , romance russo , Rússia Postado por Aporele Zaia
Foi isso que Vinteuil fizera pela pequena frase. Swann achou que o compositor se contentara (com os instrumentos a sua disposição) em desvelá-la, dar-lhe visibilidade, acompanhando e respeitando seus contornos com uma mão tão amorosa, tão prudente, tão delicada e tão segura, que o som se alterava a todo momento, embotando-se para indicar uma sombra, reavivando-se de repente quando precisava acompanhar o contorno de uma projeção mais ousada. E uma prova de que Swann não estava errado quando acreditava na existência real desta frase era que quem quer que tivesse um ouvido musical requintado detectaria de imediato a impostura, tivesse Vinteuil, dotado de menos capacidade de ver e transmitir suas formas, procurando dissimular (acrescentando, aqui e ali, uma linha de sua invenção) a imprecisão de sua visão ou a fraqueza de sua mão.
Marcel Proust
Postado por Aporele Zaia
"Uma sociedade cujo 'barulho' não é o de uma discussão ou de uma polêmica expressando pluralidade do social torna-se vítima de uma uniformização política e de um mutismo social.
Calar a sociedade civil significa des-articular a pluralidade dos discursos políticos e não enunciar o que, de direito, corresponde à vida pública da sociedade"
Apatia = Indiferença
Talvez eu seja crítica demais, mas eu cresci assim, é o meu modo de pensar, minha maneira de ser. Vivemos em uma democracia e a constituição diz que a censura é proibida.
Vamos ao que quero criticar: a sociedade brasileira.
A sociedade brasileira perdeu a sua capacidade de agir. Ou seja, não tem serventia alguma no Estado. Mas a mesma sociedade pode parar na frente da televisão, assistir uma Rede Globo que sempre diz para o povo miserável que está tudo bem. Mal sabem que estão perdendo tempo e neurônios.
As decisões políticas tornaram-se (ou sempre foram) um simples exercício de escolha entre os candidatos, sem nenhuma razão e sim uma obrigação.
A política torna-se um espetáculo que não engaja verdadeiramente os espectadores, um circo de horrores.
O povo é lacaio das mídias, do capitalismo das empresas. Mau sabem que tem o poder nas mãos ( no pensar, no ser, no agir), e que podem mudar apenas com uma ideologia.
Na verdade eu cansei. Os brasileiros sempre são taxados de subdesenvolvidos, que só prestam a atenção no futebol, na novela, no carnaval. Não prestam atenção no que acontece na sua frente, na vida dos filhos, na sua própria vida.
Burros? Não.
APÁTICOS.
Postado por Aporele Zaia
às
17:40
,
0 Comments
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política e os políticos.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt Brecht
Postado por Aporele Zaia
às
17:23
,
0 Comments
A palavra alienação tem várias definições: cessão de bens, transferência de domínio de algo, perturbação mental, na qual se registra uma anulação da personalidade individual, arrombamento de espírito, loucura. A partir desses significados traçam algumas diretrizes para melhor analisar o que é a alienação, e assim buscar alguns motivos por quais as pessoas se alienam. Ainda assim, os processos alienantes da vida humana foram tratados de maneira atemporal, defraudada, abstraído de processos sócio-econômicos concreto.
A alienação trata-se do mistério de ser ou não ser, pois uma pessoa alienada carece de si mesmo, se tornando sua própria negação.
Alienação se refere á diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar em agir por si próprio.
Sim, você pode achar isso pura epifânia, ou que já é um assunto, como eu posso dizer 'ultrapassado'. Digamos que é melhor fazer repetições, do que ser uma jovem com um pensamento meramente igual ao de todas as outras. Ou seja, apática.
Voltemos ao tema do post: Alienação é uma forma de tirar a identidade das pessoas. Uma pessoa alienada é aquela que age sem saber das coisas. É uma pessoa que vive mas não dá importância para o que se passa no mundo. Que não luta pelos seus ideais e que se submete a qualquer coisa. Algumas pessoas são tão alienadas que não sabem nem mesmo a situação que nosso país está vivendo. O governo e a mídia são os principais agentes na alienação. Com programas como Big Brother, que não tem um valor cultural e que induz a pessoa a ligar para eliminar "candidatos" e escolher um preferido em um reality show. As pessoas não sabem que perdem o tempo precioso, em que podiam estar lendo um livro e jornais para saberem o que se passa pelo mundo. O governo por sua vez sempre diz que está tudo bem, e joga debaixo do tapete as incriveis façanhas como a corrupção e as médias baixas na qualidade de vida do nosso país. Alienação é se deixar levar sem ter opinião e sem saber o porque das coisas.
Se você quer uma imagem do futuro, olhe o presente. Sim, pura alienação dos alienados apáticos.
"O meu ponto de partida é sempre um sentimento de partilha, uma noção de injustiça. Quando me sento para escrever um livro, não digo para mim 'vou produzir uma obra de arte'. Escrevo porque existe alguma mentira para ser denunciada, algum fato para o qual quero chamar atenção, e acredito sempre que vou encontrar quem me ouça. Mas não seria capaz de escrever um livro ou um longo artigo de revista se não existisse nisso também uma experiência estética."
Caríssimos, tirem as suas próprias conclusões.
Marcadores: George Orwell Postado por Aporele Zaia
às
18:37
,
0 Comments
Eu sempre li blogs, e sempre me irritei, quando esses blogs ficam jogados a traças.
Mas agora eu vejo, a dificuldade de criar um post. Pelo menos para mim. Na verdade o que eu acabei descobrindo, é que não sou criativa e que sou uma péssima escritora.
Bom, não posso dar um passo maior que a perna, que a cabeça, maior que o corpo inteiro.
Um passo de cada vez, sempre funciona, mas eu nunca tento.
É claro, não há razão para correr. Talvez seja como aprender a voar ( viu a dificuldade?) ou a se apaixonar (pior ainda). Vai acontecer (oh! Não!), aí nós descobriremos porque um passo de cada vez (até agora não descobri)
Isso me deu dor de cabeça.
Ok, não liguem para mim.
Tudo isso para dizer: bem vindos aos meus devaneios, ao meu mau-humor, as minhas indignações.
Bem vindos a mais uma bagaça de blog.
Marcadores: bagaça , blog , cada vez , post , um passo Postado por Aporele Zaia
Assinar:
Postagens (Atom)